Para muitas pessoas, o mundo, se tornou um lugar mais ansioso, infeliz e solitário. A raiva está aumentando e a empatia parece estar em declínio. Essa percepção, de forma mais aprofundada, já estava presente no Relatório dos Riscos Globais 2019 do Fórum Econômico Mundial (WEF em inglês). Mas com a pandemia da covid-19, o tema ganhou ainda mais relevância.
O relatório do WEF, já em 2019, já destacava, a curto prazo, o risco global da deterioração da saúde mental. Ela também é mencionada como um dos tops pontos cegos de países e empresas. Cuidar dos seus funcionários deveria ser prioridade no mundo corporativo. Esse é o maior ativo de uma corporação.
Estudo da London School of Economics and Political Science informa que a depressão custa às empresas brasileiras US$ 78 bilhões de dólares em perda de produtividade. Mesmo assim, levantamento do Kenoby, software de recrutamento e seleção, mostra que 93% dos funcionários entrevistados reconheceram que falta um olhar das empresas, no geral, para a saúde mental da equipe. Em 2030, o custo para a economia global de todos os problemas de saúde mental pode chegar a US$ 16 trilhões.
Cuidar dos colaboradores
O Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº3 é sobre Saúde e Bem-estar. Burnout, depressão, crises de pânico, ansiedade e estresse vêm se agravando. Como as empresas brasileiras têm lidado e ajudado as pessoas com relação a essas doenças? Acolheram? Apoiaram?
– Quase um bilhão de pessoas vive com transtorno mental;
– 3 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao uso nocivo do álcool;
– Uma pessoa se suicida a cada 40 segundos no mundo;
– Um em cada 3 adultos no mundo sofre de depressão ou ansiedade devido à pandemia;
– Apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio.
O Dia da Saúde Mental – 10 de outubro – existe desde 1992, mas governos e empresas têm investido em usar a data para acabar com o tabu ligado ao tema, aumentando a conscientização e implementando os cuidados necessários? Os dados mostram que não. Já em 2019, o Brasil foi considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. E segundo a Organização Mundial de Saúde, os sistemas de saúde ainda não responderam adequadamente à carga de transtornos mentais. Como consequência, a lacuna entre a necessidade de tratamento e sua oferta é grande em todo o mundo. Em países de baixa e média renda, entre 76% e 85 % de pessoas com transtornos mentais não recebem tratamento para seu transtorno. Em países de alta renda, entre 35% e 50% das pessoas com transtornos mentais estão na mesma situação.
Entender a vulnerabilidade do ser humano, tanto dos líderes como dos liderados, cuidar e disponibilizar tratamentos necessários. Desenvolver um senso de pertencimento, e confiança e de respeito. Ter uma mente saudável é a fundação para desenvolver a potencialidade do ser humano e ser feliz.
Texto de Giane Gatti
Fontes: OMS, ONU, Opas, Forbes, WEF, Exame e G1